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Como é feito o calculo de concreto?

O concreto é o material mais utilizado na construção civil, presente em fundações, vigas, pilares, lajes e pisos. Por isso, calcular corretamente o concreto é essencial para garantir a resistência, a durabilidade e a segurança de qualquer obra. Um erro nesse cálculo pode gerar desperdício de materiais, aumento de custos e até problemas estruturais. Mas afinal, como é feito o cálculo de concreto?

O cálculo de concreto envolve a determinação da quantidade de material necessária, o traço adequado para a resistência desejada e a distribuição correta do concreto na obra. Ele deve considerar o tipo de estrutura, a carga que será suportada e as normas técnicas vigentes, como a NBR 6118, que regula o concreto armado no Brasil.

O que é o cálculo de concreto

O cálculo de concreto é o processo de dimensionamento do material que será utilizado na obra. Ele permite determinar:

  • O volume de concreto necessário para preencher a forma da fundação, viga ou laje.
  • O traço do concreto, que indica a proporção de cimento, areia, brita e água para alcançar a resistência desejada.
  • A quantidade de materiais a ser comprada ou produzida, evitando desperdícios.

Mais do que uma simples conta, esse cálculo garante que a estrutura suporte os esforços previstos, seja econômica e siga padrões de segurança.

Passo 1: Determinação do volume

O primeiro passo para calcular concreto é determinar o volume necessário para a obra. Isso depende das dimensões da estrutura: comprimento, largura e altura ou espessura. Por exemplo, para uma viga, multiplica-se o comprimento pela largura e pela altura da seção transversal. Para uma laje, o volume é calculado multiplicando a área pelo espessamento do concreto.

Após calcular o volume, recomenda-se adicionar uma margem de segurança de 5% a 10% para compensar perdas durante a execução, falhas de adensamento e pequenos erros no preenchimento. Esse cuidado evita que falte concreto no momento do lançamento.

Passo 2: Escolha do traço de concreto

O traço do concreto determina a proporção entre os componentes: cimento, areia, brita e água. Ele define a resistência do concreto (medida em megapascals – MPa) e sua trabalhabilidade.

No Brasil, os traços são geralmente definidos para cada tipo de estrutura, seguindo recomendações da NBR 6118 e de normas complementares. Um exemplo clássico é o traço 1:2:3, que indica uma parte de cimento, duas partes de areia e três partes de brita, usado para concreto simples. Para concreto armado, os traços podem ser mais específicos, dependendo da carga que a estrutura precisa suportar.

A água é outro fator importante. A relação água/cimento influencia diretamente na resistência e durabilidade do concreto. Mais água aumenta a trabalhabilidade, mas diminui a resistência. Por isso, o cálculo deve equilibrar esses dois aspectos.

Passo 3: Quantificação de materiais

Com o volume e o traço definidos, é possível calcular a quantidade de materiais necessária para produzir o concreto. Isso inclui:

  • Cimento: a quantidade é determinada pelo volume total e pelo traço escolhido.
  • Areia: geralmente medida em metros cúbicos, respeitando a proporção do traço.
  • Brita: também em metros cúbicos, com tamanho adequado ao tipo de estrutura.
  • Água: medida em litros, seguindo a relação água/cimento recomendada.

Essa etapa garante que o concreto seja produzido com uniformidade e qualidade, evitando problemas como segregação, baixa resistência ou fissuras precoces.

Passo 4: Considerações sobre o tipo de concreto

O cálculo também deve levar em conta o tipo de concreto a ser utilizado, que pode variar de acordo com a função da estrutura:

  • Concreto simples: usado em pisos, calçadas e fundações leves.
  • Concreto armado: reforçado com barras de aço, utilizado em pilares, vigas, lajes e fundações estruturais.
  • Concreto protendido: com cabos de aço tensionados para resistir a esforços maiores, usado em pontes e estruturas especiais.

Cada tipo de concreto tem requisitos diferentes de traço e resistência, impactando diretamente no cálculo final.

Passo 5: Planejamento da execução

O cálculo do concreto também envolve a organização da execução. Isso inclui:

  • Determinar o número de caminhões-betoneira necessários, se o concreto for usinado.
  • Planejar o lançamento, compactação e cura do concreto.
  • Garantir que formas e ferragens estejam corretamente posicionadas antes da concretagem.

Uma execução planejada evita desperdício, falhas estruturais e atrasos na obra.

Importância das normas técnicas

Seguir normas técnicas é essencial para a segurança e a durabilidade do concreto. Entre as principais normas estão:

  • NBR 6118: projeto de estruturas de concreto armado.
  • NBR 6120: cargas para cálculo de estruturas.
  • NBR 12655: especificações para concreto usinado.

Essas normas definem os critérios de resistência, controle de qualidade e execução, garantindo que o cálculo do concreto seja confiável e que a obra seja segura.

Erros comuns no cálculo de concreto

Alguns erros recorrentes podem comprometer a obra:

  • Subestimar o volume necessário, gerando falta de concreto.
  • Não considerar a relação correta de água/cimento, reduzindo a resistência.
  • Ignorar perdas e sobras durante a execução.
  • Usar traço inadequado para a função da estrutura.

Evitar esses erros é fundamental para que o concreto desempenhe sua função de maneira eficiente e segura.

Benefícios de um cálculo correto

Um cálculo bem feito garante:

  • Economia de material e redução de desperdício.
  • Estruturas mais seguras e duráveis.
  • Planejamento eficiente da obra, evitando atrasos e retrabalho.
  • Conformidade com normas e exigências legais, permitindo aprovação em órgãos competentes.

Em resumo, calcular concreto corretamente não é apenas uma questão de quantidade, mas de planejamento, segurança e qualidade.

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