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Rachaduras na laje o que fazer guia prático de diagnóstico, riscos e soluções

Como identificar o problema: fissura, trinca ou rachadura?

Antes de qualquer intervenção, diferenciar o tipo de abertura ajuda a orientar as ações iniciais:

– Fissuras: aberturas finas, geralmente menores que 0,3 mm, superficiais, comuns em concretos jovens por retração. Muitas vezes são estéticas, mas podem facilitar infiltrações.

  • Trincas: aberturas entre 0,3 mm e 3 mm, podem atravessar a peça e indicar esforço excessivo, falta de armadura ou movimentação. Exigem avaliação técnica.
  • Rachaduras: aberturas maiores que 3 mm, com possibilidade de deslocamento, escamas, som cavo ou armaduras aparentes. Sinal de alerta para risco estrutural e necessidade de intervenção imediata.

Outros sinais importantes:

– Manchas de umidade, eflorescências e ferrugem (corrosão da armadura)

  • Desníveis, flechas (deformações) ou estalos sob carga
  • Fissuras em “mapa” (retração), ou radiais ao redor de pilares (possível punção)
  • Bordas destacadas, desplacamentos e som oco ao percutir

Causas mais comuns de rachaduras na laje

  • Retração do concreto e cura inadequada: sem cura úmida adequada, o concreto perde água rapidamente e fissura.
  • Sobrecargas: uso acima do previsto em projeto (caixas d’água maiores, equipamentos pesados, jardins elevados).
  • Erros de execução: cobrimento insuficiente da armadura, concretagem mal adensada, juntas mal posicionadas.
  • Corrosão das armaduras: causada por infiltração, carbonatação ou ataque de cloretos, levando ao aumento de volume do aço e abertura de trincas.
  • Recalque de apoios ou deformações excessivas de vigas: movimentam a laje e abrem trincas.
  • Punção em lajes lisas: fissuras ao redor de pilares por esforços concentrados.
  • Variações térmicas e retração/expansão higroscópica: aberturas em juntas e regiões extensas expostas ao sol e chuva.

O que fazer imediatamente

1. Priorize a segurança:

– Se observar rachaduras largas, deslocamentos, som cavo extenso, armadura exposta ou deformação visível, isole a área.

  • Reduza cargas sobre a laje: remova objetos pesados, caixas d’água cheias, entulho e mobiliário concentrado.

2. Evite improvisos:

– Não quebre, pique ou corte a laje sem orientação técnica.

  • Não “tampe” a rachadura com massa corrida ou argamassa comum antes do diagnóstico — isso mascara o problema e dificulta o reparo correto.
  • Evite escoramentos “caseiros” que podem transferir esforços para elementos não preparados.

3. Controle de umidade provisório:

– Se houver infiltração aparente, minimize a entrada de água (lona provisória, calhas temporárias). Quanto menos água, menor o avanço da corrosão até o reparo definitivo.

4. Documente:

– Fotos, medidas de abertura e extensão, datas e situações em que a abertura aparece (sol, chuva, uso). Isso facilita a perícia.

Como a engenharia diagnóstica e a perícia ajudam

A engenharia diagnóstica aplica métodos e ensaios para descobrir a causa raiz da patologia — e não apenas “maquiar” o sintoma. Em uma vistoria técnica de laje, o profissional pode realizar:

– Inspeção visual detalhada e mapeamento de fissuras

  • Medição de abertura e monitoramento com marcadores/fissurômetros ao longo do tempo
  • Esclerometria e ultrassom no concreto para avaliar integridade
  • Pacometria para localizar armaduras e verificar cobrimento
  • Termografia para detectar umidade e delaminações
  • Coleta de pó e ensaios de carbonatação e cloretos
  • Extração de testemunhos (quando necessário) e análise laboratorial
  • Verificação de sobrecargas e checagem do “as built” versus projeto
  • Avaliação da segurança estrutural (estado-limite último e de serviço)
  • Em lajes planas, checagem de punção junto aos pilares

Entregáveis típicos:

– Laudo técnico com ART, diagnóstico causa raiz e classificação de risco

  • Plano de reparo e reforço estrutural com memorial descritivo
  • Especificações de materiais (ex.: resinas epóxi, argamassas poliméricas, sistemas FRP)
  • Cronograma e diretrizes de execução e controle tecnológico

Soluções de reparo e reforço

Cada solução deve ser definida com base no laudo técnico. Abaixo, um panorama para entender as possibilidades:

– Fissuras superficiais por retração (sem função estrutural):

  • Selagem com ponte de aderência e argamassas poliméricas
  • Tratamento de juntas e nova impermeabilização em lajes expostas

– Trincas passantes sem perda significativa de seção:

– Injeção de resina epóxi de baixa viscosidade para colmatar e restituir monoliticidade

  • “Grampos” metálicos ou cavilhas, quando indicado em projeto

– Rachaduras decorrentes de corrosão da armadura:

– Remoção do concreto deteriorado, limpeza/escovamento do aço

  • Passivação da armadura, recomposição com argamassa de reparo estrutural
  • Reforço complementar se houver perda de seção significativa

– Reforço estrutural:

– Sistemas em fibra de carbono para flexão e cisalhamento

  • Chapas ou perfis metálicos ancorados
  • Aumento de seção (encamisamento) ou protensão externa
  • Reforço à punção (pinos, conectores, sistemas FRP ao redor do pilar)

– Infiltração e umidade:

– Impermeabilização da laje com sistema adequado (manta, membrana líquida, cristalizante)

  • Correção de caimentos, ralos e rufos; selagem de juntas

– Apoios e recalques:

– Regularização de apoios, grauteamentos e correção de desníveis quando aplicável

Prevenção: como evitar novas rachaduras

  • Projeto e execução de qualidade: respeitar cobrimentos, detalhamento de armaduras, juntas e procedimentos de cura do concreto.
  • Cura correta do concreto: manter umidade nos primeiros dias reduz significativamente fissuras por retração.
  • Controle de cargas: verifique a capacidade da laje antes de instalar equipamentos, jardins, reservatórios e armazenar materiais.
  • Impermeabilização e manutenção: sistemas adequados e vistorias periódicas evitam infiltração e corrosão.
  • Inspeções técnicas regulares: uma vistoria preventiva pode economizar muito, identificando problemas antes de virar patologia séria.

Quando chamar um perito/engenheiro

Procure imediatamente um profissional especializado em engenharia diagnóstica e perícia na construção civil se observar:

– Aberturas maiores que 3 mm ou com evolução rápida

  • Armaduras expostas, ferrugem ou desplacamento de concreto
  • Fissuras radiais ao redor de pilares (sinal de punção)
  • Deformações visíveis (flecha) e estalos ao trafegar
  • Infiltração persistente e manchas em tetos/forros abaixo da laje
  • Histórico de sobrecargas, reformas sem projeto ou alterações de uso

Perguntas frequentes

  1. Rachaduras finas são normais?
  • Fissuras capilares superficiais podem ocorrer por retração e não significam, por si só, risco estrutural. Ainda assim, avalie a necessidade de selagem para evitar infiltrações.
  • Posso “tampar” a rachadura com massa corrida?
  • Não. Isso apenas esconde o sintoma e pode piorar o problema. O correto é diagnosticar a causa e aplicar a solução técnica adequada (por exemplo, injeção de resina, reparo do concreto, reforço).
  • A laje pode cair por causa de rachaduras?
  • Em casos graves, sim. Sinais como aberturas largas, deslocamentos, som cavo extenso e armadura aparente exigem isolamento e avaliação imediata por engenheiro.
  • Quanto custa um laudo técnico?
  • Varia conforme tamanho, acessibilidade, complexidade e ensaios necessários. O ideal é solicitar visita técnica para orçamento personalizado.
  • Quanto tempo leva o reparo?
  • De alguns dias a algumas semanas, conforme escopo (selagem simples x reforço estrutural com FRP, por exemplo) e condições climáticas para cura e impermeabilização.

Se você identificou rachaduras na laje e quer uma solução segura e definitiva, conte com engenharia diagnóstica e perícia na construção civil. Uma vistoria técnica com laudo e plano de reparo reduz riscos, evita gastos desnecessários e aumenta a vida útil da sua estrutura.

  • Solicite uma avaliação técnica com ART
  • Envie fotos, dimensões aproximadas e breve histórico do problema
  • Receba um plano de ação com diagnóstico causa raiz e orçamento de reparo/ ref orço

Entre em contato para agendar uma vistoria e proteger seu patrimônio com segurança e responsabilidade técnica.

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