TQS vs Eberick: Qual Software é o Melhor para Projetos de Engenharia Civil?
A digitalização na engenharia civil já não é tendência: é realidade. Para quem projeta estruturas, a escolha do software impacta diretamente a produtividade, a qualidade técnica e a compatibilidade com parceiros (arquitetura, instalações, BIM). Entre as opções mais populares no Brasil, TQS e Eberick se destacam por atenderem ao projeto estrutural em concreto armado e oferecerem automação de cálculo, detalhamento e documentação. Este artigo compara TQS e Eberick de forma objetiva, destacando recursos, vantagens, limitações e custo‑benefício para ajudar você a escolher a plataforma mais adequada às suas necessidades.
Características do TQS
O TQS é um conjunto de soluções voltado principalmente ao projeto estrutural de edifícios em concreto armado, reconhecido pela robustez analítica e pelo detalhamento executivo de alto nível. É amplamente usado em empreendimentos residenciais e comerciais de médio e grande porte.
O que o TQS oferece
- Modelagem e análise estrutural de edifícios em concreto armado, com integração entre vigas, lajes, pilares e fundações.
- Geração automática de armaduras, detalhamento e pranchas, com ampla parametrização e padronização de desenho.
- Recursos avançados para avaliar punção, deslocamentos, estabilidade global, vento (NBR 6123) e combinações de ações (NBR 6118, NBR 6120).
- Interoperabilidade com CAD e BIM (exportação/importação IFC e integrações com plataformas de modelagem).
- Ferramentas para verificação de conformidade e auditoria do modelo, úteis em estruturas mais altas e com maior complexidade.
Vantagens do TQS
- Muito apropriado para edifícios de múltiplos pavimentos, com grande número de elementos e combinações de carregamento.
- Alto nível de detalhamento e controle das armaduras, permitindo atender requisitos de construtoras e fiscalizações exigentes.
- Fluxo consolidado no mercado brasileiro, com bibliotecas, rotinas e práticas já difundidas entre projetistas.
Limitações do TQS
- Curva de aprendizado mais íngreme para iniciantes, devido à profundidade de configurações e ao grande número de recursos.
- Investimento inicial e modularidade que podem elevar o custo total dependendo do escopo.
- Foco principal em concreto armado; projetos não usuais podem exigir soluções complementares.
Características do Eberick
O Eberick, da AltoQi, é um software de projeto estrutural com forte apelo à produtividade e à facilidade de uso, bastante adotado por escritórios que atendem residências e edifícios de pequeno e médio porte.
O que o Eberick oferece
- Dimensionamento e detalhamento de estruturas em concreto armado com interface amigável e fluxo guiado.
- Geração automática de pranchas e quantitativos, com opções de personalização de carimbos, legendas e padrões.
- Recursos para análise global, verificação de punção, deslocamentos e estabilidade conforme normas brasileiras vigentes.
- Integração com o ecossistema AltoQi (ex.: interoperabilidade com outras soluções do portfólio e exportações compatíveis com CAD/BIM).
Vantagens do Eberick
- Interface intuitiva e curva de aprendizado mais suave, favorecendo a entrada de novos usuários.
- Bom equilíbrio entre automação e simplicidade para empreendimentos típicos de pequeno e médio porte.
- Ecossistema com materiais de treinamento, suporte e comunidade ativa.
Limitações do Eberick
- Menor flexibilidade para geometrias muito não convencionais ou empreendimentos com requisitos analíticos avançados.
- Em modelos extremamente grandes e complexos, pode demandar abordagens adicionais ou particionamento do problema.
- Parametrizações de detalhamento menos extensas do que plataformas focadas em projetos de alta complexidade.
Comparação entre TQS e Eberick
Ao escolher entre TQS e Eberick, vale avaliar três dimensões principais: profundidade técnica, produtividade e contexto de uso.
Recursos e desempenho
- Profundidade analítica: o TQS costuma se destacar quando o projeto exige maior controle sobre combinações de ações, estabilidade global e detalhamento minucioso (edifícios altos, grandes lajes, cargas complexas). O Eberick atende muito bem o escopo comum de edifícios residenciais e comerciais até médio porte.
- Detalhamento e pranchas: ambos geram detalhamentos e pranchas. O TQS oferece, em geral, mais alavancas de configuração fina, úteis quando há padronizações rígidas exigidas por construtoras ou auditorias técnicas.
- Interoperabilidade: ambos evoluíram em integração CAD/BIM (IFC). Em ambientes fortemente BIM, avalie os fluxos de ida e volta com o software de arquitetura/coordenação que você utiliza.
Experiência do usuário e curva de aprendizado
- Eberick: tende a ser mais direto para quem está começando, com interface e fluxos guiados que reduzem barreiras iniciais.
- TQS: oferece mais possibilidades e, por isso, demanda mais tempo de maturação. Para equipes experientes, essa profundidade se traduz em controle e produtividade em escala.
Suporte, treinamento e comunidade
- TQS: forte tradição no mercado brasileiro de estruturas, com treinamentos especializados e ampla base de usuários em edifícios complexos.
- Eberick (AltoQi): ecossistema de suporte estruturado, materiais educacionais e comunidade ativa, o que ajuda na curva inicial.
Custo‑benefício
- Preço e licenciamento variam por módulos e condições comerciais. Como tendência, muitos escritórios percebem o Eberick como entrada mais acessível para começar; o TQS, como investimento que se paga em projetos com alta exigência de controle e produtividade em grande volume.
- Recomendação: solicite propostas formais, compare módulos necessários (por exemplo, lajes, vigas, pilares, fundações, detalhamento avançado), custos de manutenção/atualização e política de treinamento.
Escolhendo o Software Certo para Você
A escolha ideal depende do perfil de projetos, da maturidade da equipe e da integração com outros sistemas.
Fatores de decisão
– Tipo e porte das obras:
– Predominância de edifícios residenciais/comerciais de até médio porte, com geometrias usuais e prazos enxutos? Eberick pode trazer ganhos rápidos.
- Empreendimentos com muitas repetições, múltiplos pavimentos, requisitos de estabilidade e detalhamento rigorosos? TQS tende a oferecer controle superior.
– Equipe e processos:
– Time enxuto e em fase de aprendizado: interface mais amigável pode acelerar entregas (Eberick).
- Time experiente que exige parametrização fina e padronização a nível de construtora: TQS pode ser mais aderente.
– Integração com BIM:
– Avalie o fluxo IFC e plugins usados pelo seu time de arquitetura/coordenação BIM. Faça testes com modelos reais para medir retrabalho.
– Hardware e desempenho:
– Modelos grandes exigem máquinas mais robustas. Planeje upgrades se necessário.
Testes e validação
Padronização: defina templates, bibliotecas e rotinas antes de consolidar a migração, para evitar retrabalho.
Demos e trials: verifique junto aos fabricantes a disponibilidade de versões de demonstração e treinamentos introdutórios.
Projeto‑piloto: rode o mesmo projeto em ambos os softwares, compare resultados (armaduras, deslocamentos, prazos de emissão de pranchas) e valide com auditoria interna ou de terceiros.