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Rachaduras em paredes são perigosas entenda riscos, causas e soluções

O que é fissura, trinca e rachadura?

Embora no dia a dia usemos como sinônimos, na prática há diferenças úteis:

– Fissura: abertura muito fina, geralmente superficial (frequentemente menor que 0,3 mm), sem ruptura do material. Muitas vezes causada por retração de argamassa ou variação térmica.

  • Trinca: abertura perceptível (cerca de 0,3 a 1,0 mm), já com pequeno deslocamento ou profundidade. Pode ser sintoma de movimentações da base ou sobrecarga.
  • Rachadura/fenda: abertura larga (frequentemente acima de 1 mm; em alguns casos ultrapassa 3 mm), com risco de entrada de água e perda de desempenho. Pode indicar problema estrutural ou recalque de fundação.

Rachaduras em paredes são perigosas?

Depende da causa, direção, largura, profundidade e evolução:

– Sinais geralmente não perigosos:

  • Fissuras capilares em “mapa” (em parede recém-pintada ou chapiscada).
  • Trincas finas horizontais na interface entre materiais diferentes (ex.: bloco e pilar), sem evolução.
  • Fissuras de retração em argamassa, estáveis, sem umidade.

– Sinais de alerta (exigem avaliação):

– Abertura com mais de 1 mm que cresce com o tempo (coloque uma marca de referência e data para observar).

  • Trincas diagonais nas quinas de portas e janelas (podem indicar recalque diferencial).
  • Rachadura que atravessa a parede e aparece dos dois lados.
  • Presença de umidade, mofo, ferrugem ou eflorescência ao longo da fissura.
  • Desalinhamento de esquadrias, portas travando, piso rachando em conjunto.
  • Ruídos, estalos frequentes, ou sensação de “afundamento”.
  • Exposição de armaduras, desplacamento de revestimento, queda de partes.

Principais causas de rachaduras em paredes

  • Movimentação térmica e retração de materiais
  • Assentamento/recalque do solo ou da fundação
  • Sobrecarga na estrutura ou reformas que alteraram elementos (ex.: remoção indevida de parede)
  • Umidade/infiltração (impermeabilização inadequada, tubulação com vazamento)
  • Corrosão de armaduras em elementos de concreto próximos à parede
  • Erros de execução (dosagem de argamassa, cura, juntas, aderência)
  • Vibrações (tráfego pesado, máquinas, obras vizinhas)
  • Movimentações higroscópicas em alvenaria e madeira

Como avaliar a gravidade de forma prática

Você pode fazer uma triagem inicial segura antes de chamar um especialista:

1. Registre e monitore:

  • Fotografe com um objeto de escala (moeda, régua fissurômetro).
  • Marque a extremidade da fissura com lápis e anote a data.
  • Observe semanalmente: está aumentando? surgiram novas?

2. Verifique direção e localização:

– Diagonais nas esquinas de vãos são mais preocupantes.

  • Verticais contínuas do piso ao teto podem sugerir recalque.
  • Horizontais longas na altura de vigas indicam movimentação/compatibilização de materiais.

3. Observe o contexto:

– Há infiltração próxima (banheiro, fachada, laje)? Manchas escuras?

  • Portas e janelas desalinhadas? Piso com “degraus” ou desníveis surgindo?
  • Houve reforma recente (quebra de parede, troca de revestimentos)?

4. Evite soluções paliativas:

– Não tape com massa corrida sem diagnóstico; pode piorar a umidade por trás e mascarar a evolução.

Se a fissura for larga, estiver evoluindo, acompanhada de umidade, ruídos, ou afetar elementos de concreto, interrompa usos de risco.

Quando chamar um engenheiro especialista

  • Sempre que houver evolução da abertura (semanas/meses)
  • Aberturas maiores (em geral acima de 1 mm) ou atravessando a parede
  • Trincas diagonais em vãos, fissuras múltiplas em diferentes ambientes
  • Infiltração persistente, bolhas, mofo, pintura descascando junto às rachaduras
  • Elementos estruturais aparentando dano (pilares, vigas, lajes, escadas)
  • Em condomínios: para respaldo técnico com laudo e ART
  • Na compra e venda de imóveis: para avaliação imparcial (perícia/inspeção)

Como a engenharia diagnóstica investiga rachaduras

Um diagnóstico profissional costuma incluir:

– Anamnese técnica: histórico do imóvel, reformas, datas, eventos (chuvas fortes, obras vizinhas).

  • Inspeção visual e mapeamento: identificação de padrão, direção e extensão das fissuras.
  • Instrumentação: régua fissurômetro, prumo, nível, laser, termografia e, se necessário, selos de monitoramento.
  • Ensaios complementares: esclerometria, pacometria, umidade, endoscopia, extração de testemunhos (quando aplicável).
  • Análise de projeto e execução: compatibilização de materiais, juntas, detalhes construtivos.
  • Laudo técnico com ART: causa provável, risco, recomendações de correção e de monitoramento.

Soluções e reparos mais utilizados

A solução depende da causa. Exemplos comuns:

– Problemas de retração e compatibilização:

  • Tratamento com selantes/fundos elásticos, reposição de juntas, correção de revestimento.

– Infiltração e umidade:

– Correção da fonte (tubulação, calha, ralo), impermeabilização adequada, ventilação.

– Fissuras em alvenaria:

– Costura com grampos metálicos em traçado alternado, preenchimento com resina ou argamassa polimérica, tela de reforço (fibra de vidro) e novo revestimento.

– Rachaduras associadas a movimentação estrutural:

– Reforços localizados (chapas, perfis, fibra de carbono), recomposição de seções, grauteamento.

– Recalque de fundação:

– Correções de base: microestacas/estacas raiz, underpinning, melhoria do solo, drenagem.

– Corrosão de armaduras:

– Passivação, recomposição do cobrimento com argamassa de reparo, proteção catódica em casos específicos.

Prevenção: como reduzir o risco de novas rachaduras

– Projeto e obra:

– Respeitar juntas de dilatação e movimentação.

  • Compatibilizar materiais com módulos elásticos e coeficientes térmicos diferentes.
  • Seguir boas práticas de cura e preparo de argamassas.

– Uso e manutenção:

– Manter calhas e ralos limpos, vedar fissuras em fachadas antes do período de chuvas.

  • Evitar sobrecargas localizadas (mobiliário pesado sem avaliação).
  • Executar reformas com ART, evitando remover elementos estruturais.

– Condomínios:

– Implementar plano de manutenção predial e inspeções periódicas conforme NBR 16747.

  • Padronizar vistorias após eventos críticos (chuvas intensas, obras vizinhas).

Perguntas frequentes

Pintei a parede e surgiram pequenas trincas. É perigoso?

Provavelmente fissuras de retração do revestimento ou da pintura. Em geral são estéticas. Observe se não aumentam e se não há umidade. Persistindo, um diagnóstico simples resolve.

A rachadura aparece dos dois lados da parede. E agora?

Maior indício de abertura que atravessa a alvenaria. Exige avaliação técnica para descartar movimentação estrutural ou recalque.

Posso fechar a rachadura com massa corrida?

Sem tratar a causa, a trinca volta. Em alguns casos, o fechamento inadequado aprisiona umidade e agrava a patologia.

Qual a largura “crítica” de uma rachadura?

Não há número único. Como triagem, aberturas maiores e em evolução, especialmente diagonais em vãos, são mais preocupantes. A decisão deve ser técnica, considerando contexto, causa e monitoramento.

Quem paga pelo reparo no condomínio?

Depende da origem (unidade privativa x área comum) e do que o laudo indicar. O síndico deve acionar um engenheiro e seguir o laudo técnico para definir responsabilidades.

Como nossos serviços podem ajudar

Se você identificou fissuras ou rachaduras e quer segurança na decisão, nossa equipe de engenharia diagnóstica e perícias oferece:

– Inspeção detalhada com mapeamento e instrumentação

  • Laudo técnico com ART, incluindo causa, risco e soluções
  • Plano de reparo e prevenção, com orçamentos comparativos
  • Acompanhamento de obra de reparo e validação final

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