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Laje treliçada vantagens, limites e boas práticas

Principais vantagens

  1. Economia global de material e mão de obra
  • Menor consumo de concreto e forma que laje maciça moldada in loco.
  • Redução de custo típica de 10% a 25% em obras residenciais e pequenos edifícios (varia por região e vão).
  • Rapidez e simples logística
  • Montagem “a seco” das vigotas e blocos, concretagem leve.
  • Elementos leves: muitas vezes dispensa grua em residências; facilita obras sem acesso robusto.
  • Menos escoramento e menos forma
  • Escoramento pontual/linear sob vigotas e em travessias, em vez de cimbramento total como na laje maciça.
  • Menos madeira e menor tempo de montagem/remoção.
  • Flexibilidade arquitetônica e de instalações
  • Fácil aberturas pequenas e passagens de eletro/hidráulica nos blocos de enchimento.
  • Adapta-se a recortes, variações de nível e balanços moderados com detalhes de reforço.
  • Desempenho termoacústico interessante
  • Com bloco cerâmico: melhor resistência ao fogo e conforto acústico que EPS.
  • Com bloco EPS: melhor isolamento térmico e redução de peso próprio (bom para reformas e fundações mais econômicas).
  • Controle de qualidade das vigotas
  • Produção industrial das vigotas melhora constância geométrica e resistência, reduzindo variabilidade de obra.
  • Versatilidade de aplicações
  • Entrepisos e coberturas de casas, sobrados, edifícios baixos a médios; mezaninos; reformas onde peso e logística importam.
  • Menos entulho e intervenção
  • Sistema limpo, com menos resíduos e retrabalhos.

Quando a laje treliçada faz mais sentido

  • Vãos usuais de 3 a 6 m; até 8–9 m com soluções específicas e detalhamento adequado.
  • Cargas de uso residencial/comercial leve (NBR 6120), sem grandes cargas concentradas.
  • Obras com acesso restrito, prazos curtos e equipe enxuta.
  • Projetos em que se deseja reduzir peso e escoramento.

Comparativo rápido com outros sistemas

– Laje maciça moldada in loco:

– Vantagens da treliçada: menor peso, menos forma/escoramento, montagem mais rápida, custo menor em vãos moderados.

  • Desvantagens: desempenho acústico e inércia menores; flechas mais sensíveis se mal dimensionada; menos robusta para cargas altas e grandes furos.

– Laje nervurada moldada in loco:

– Vantagens da treliçada: logística mais simples, menos forma, boa para obras pequenas/médias.

  • Desvantagens: nervurada pode vencer vãos maiores com melhor controle de flecha e grande modulação.

– Laje alveolar protendida:

– Vantagens da treliçada: custo inicial menor e logística menos pesada.

  • Desvantagens: alveolar vence vãos longos com pouco escoramento e oferece melhor controle de deformações; porém requer guindaste e transporte.

– Steel deck:

– Vantagens da treliçada: melhor isolamento termoacústico (em geral) e dispensa estrutura metálica dedicada.

  • Desvantagens: steel deck é muito rápido em obras metálicas e com menos escoramento; porém costuma exigir mão de obra especializada e tratamento acústico.

– Pré-laje (painéis pré-moldados colaborantes):

– Vantagens da treliçada: mais leve, encaixa melhor em canteiros pequenos, maior facilidade de recortes e ajustes.

  • Desvantagens: pré-laje agiliza execução em áreas grandes e repetitivas com logística disponível.

Cuidados e limites

  • Cargas concentradas e paredes sobre laje: prever nervuras de reforço/engrossamento e cintas; evitar apoiar paredes diretamente sobre blocos de enchimento.
  • Flechas e vibração: controlar contraflecha de escoramento e verificar SLS; lajes leves são mais sensíveis a vibração em vãos maiores.
  • Aberturas e rasgos: jamais cortar vigotas; aberturas devem ficar entre nervuras, com reforços e molduras quando necessário.
  • Acústica: para ruído de impacto, prever manta resiliente sob contrapiso; ruído aéreo pode exigir forro acústico em usos mais exigentes.
  • Incêndio: bloco cerâmico tem melhor desempenho ao fogo; se usar EPS, cumprir proteção adequada por capa e revestimentos conforme projeto.
  • Durabilidade: respeitar cobrimentos e classe de agressividade ambiental; tratar ligações com vigas/apoios para evitar fissuração.
  • Escoramento: insuficiente ou retirada precoce é causa comum de fissuras e flechas excessivas.

Boas práticas de projeto e execução

– Dimensionamento:

– Definir alturas usuais de sistema: 12, 16, 20, 25 cm (ou conforme fabricante).

  • Capa de concreto: tipicamente 4–5 cm sobre os blocos; fck ≥ 25 MPa é prática comum.
  • Malha superior: dimensionada para fissuração/distribuição; prever negativos sobre apoios e em balanços.
  • Travamento: vigotas de distribuição perpendiculares em vãos maiores, e cintas de amarração na periferia.
  • Verificar estados-limite (ELS/ELU) conforme NBR 6118 e catálogo do fabricante (módulo, inércia transformada, fluência).

– Recebimento e montagem:

– Conferir lote de vigotas e blocos, flechas iniciais e integridade das treliças.

  • Assentamento dos blocos sem folgas; umedecer cerâmicos antes da concretagem para evitar sucção.
  • Posicionar escoramentos a cada 1,20–1,50 m (ou conforme projeto/fabricante), com contraflecha típica de 1/500–1/700 do vão.
  • Passagens de instalações: abrir nos blocos, nunca nas vigotas; prever dutos antes da concretagem quando possível.

– Concretagem:

– Slump adequado (fluidez sem segregar); vibrar com parcimônia para não deslocar blocos/EPS.

  • Nivelamento e cura úmida inicial; proteção contra insolação/vento.
  • Retirada gradual das escoras após atingir resistência de projeto (prática comum: 14–21 dias, conforme fck e ambiente).

– Detalhes importantes:

– Apoio mínimo em vigas, continuidade das armaduras negativas, ancoragens e vergalhões de costura.

  • Prever reforços sob paredes e equipamentos pesados (banheiras, dutos grandes, condensadoras múltiplas, arquivos).

Desempenho termoacústico e de fogo

– Com bloco cerâmico:

– Melhor comportamento ao fogo, boa massa para ruído aéreo; ainda recomenda-se manta para ruído de impacto em usos sensíveis.

– Com bloco EPS:

– Excelente isolamento térmico e menor peso; precisa de cuidado em fogo (proteções) e em vibração/ruído se o uso exigir.

– Para atender NBR 15575 em edificações residenciais, combine:

– Contrapiso flutuante com manta resiliente (impacto),

  • Forro com lã mineral em ambientes críticos (aéreo),
  • Detalhes de selagem perimetral e nos shafts.

Onde a laje treliçada se destaca

  • Casas e sobrados, edifícios residenciais até médio porte.
  • Reformas e ampliações com limitação de carga nas estruturas/fundações.
  • Empreendimentos com alta pressão de prazo e equipe reduzida.
  • Regiões com cadeia forte de pré-fabricados leves (melhor preço e logística).

Custos e prazos

  • Economia potencial vs laje maciça: 10–25% no m² em obras de padrão comum, vãos 3–6 m.
  • Produtividade: montagem 30–50% mais rápida em frentes bem treinadas.
  • Logística: menos transporte pesado; muitas vigotas e blocos movimentados manualmente em obras pequenas.

Erros comuns que viram patologia

  • Escoramento insuficiente/retirada precoce → fissuras e flechas.
  • Paredes apoiadas sobre blocos → esmagamento/localização de tensões.
  • Ausência de negativos nas faixas de apoio → fissuras sobre vigas.
  • Cortes em vigotas para passar tubulações → perda estrutural grave.
  • Concretagem sem controle (segregação, pouca cura) → baixa durabilidade e fissuração.
  • Não prever manta acústica onde exigido → desconforto e retrabalho.

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