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Melhor tipo de fundação para sobrado como escolher com segurança e custo

O que determina a fundação

1) Capacidade de carga do solo e perfil do SPT (N ao longo da profundidade)

  • Recalque admissível e risco de recalques diferenciais
  • Nível d’água (NA) e permeabilidade (areias x argilas)
  • Existência de aterros, solos colapsíveis/expansivos, orgânicos ou lateríticos
  • Presença de rocha e profundidade
  • Restrições do entorno (divisas encostadas, vibração/ruído, acesso de máquinas)
  • Cargas e geometria do sobrado (vãos, paredes portantes, concentrações de carga)
  • Prazo, custo e mão de obra disponível

Decisão rápida

  • SPT “médio para bom” até 2–3 m (N ≥ 8–10), sem aterro e NA baixo: sapatas isoladas + vigas baldrame.
  • Aterro recente, argila mole (N ≤ 4) nos primeiros 2–4 m ou alta variabilidade do SPT: radier estrutural ou estacas.
  • Areias fofas com NA alto: radier sobre subleito bem compactado e drenado; se houver vibração restrita, avaliar estaca hélice contínua ou raiz.
  • Lote justo, vizinhos colados, restrição de vibração/ruído: estaca raiz ou hélice contínua monitorada.
  • Rocha rasa: sapatas diretas sobre rocha (com limpeza e regularização) ou brocas até rocha.
  • Solo colapsível (muito comum em regiões com solos arenosos lateríticos): radier rígido, ou tratamento/compactação + sapatas.
  • Solo expansivo (argilas com alta plasticidade): radier desacoplado e detalhamento para acomodar movimentos; em casos severos, estacas.

Tipos de fundação mais comuns para sobrado

1) Sapatas (isoladas, corridas) + vigas baldrame

– Quando usar:

– Solo natural com capacidade de suporte moderada/boa e perfil homogêneo.

  • Sobrado com paredes portantes bem distribuídas e sem grandes concentrações de carga.

– Vantagens:

– Normalmente a solução mais econômica e rápida.

  • Baixa complexidade executiva.

– Cuidados e boas práticas:

– Escavar até atingir solo competente (evitar assentamento sobre aterro solto).

  • Regularizar base com concreto magro (~5 cm) para controle de nível.
  • Concreto fck ≥ 25 MPa; cobrimento ≥ 5 cm; cura úmida ≥ 7 dias.
  • Lançar vigas baldrame para redistribuir e reduzir recalques diferenciais.
  • Prever drenos/sumidouros se houver água.
  • Verificar recalques conforme NBR 6122 (não só tensão admissível).

2) Radier (laje de fundação)

– Quando usar:

– Solos de baixa capacidade porém relativamente homogêneos.

  • Lotes com aterro generalizado, NA alto ou risco de recalques diferenciais entre apoios.
  • Sobrado com muitas paredes portantes (o radier “espalha” as cargas).

– Vantagens:

– Reduz recalques diferenciais, boa base para alvenaria e instalações.

  • Dispensa escavações profundas e múltiplas sapatas.

– Cuidados e boas práticas:

– Subleito com compactação ≥ 95% Proctor Normal e camada drenante (brita).

  • Impermeabilização/berço com manta ou filme PE quando necessário.
  • Espessura usual 12–18 cm (ajustar conforme cargas e solo); nervuras/local reforçado sob paredes.
  • Juntas planejadas e detalhamento de passagens de tubulação.
  • Controle rigoroso de nível para evitar poças e variações de rigidez.

3) Estacas (e blocos/cintas)

Tipos mais usados em sobrado urbano:

– Pré-moldadas de concreto: alta capacidade, execução rápida; geram vibração/ruído — nem sempre viáveis próximo a vizinhos.

  • Hélice contínua monitorada: pouca vibração, boa produtividade; requer equipamento e controle de concreto/pressão.
  • Estaca raiz (microestaca injetada): quase sem vibração, ideal para contenções e reforços próximos a divisas; menor produtividade e custo mais alto por metro.
  • Broca/belga (estaca escavada manual com base alargada): econômica em solos coesivos firmes e NA baixo; sensível a colapsos e à água.

– Quando usar:

– Camadas moles/aterros espessos acima do solo competente.

  • Restrições de vibração ou espaço (estaca raiz).
  • Necessidade de ultrapassar NA alto/areias fofas com segurança.

– Cuidados e boas práticas:

– Projeto e execução conforme NBR 6122 e especificação de cada tipo (integridade, consumo de concreto/argamassa).

  • Ensaios: integridade (PIT) para pré-moldadas e hélice; prova de carga quando justificável.
  • Blocos bem dimensionados e cintamento para redistribuição.

Itens de controle em obra

  • Sapatas/radier: subleito compactado, cota em solo competente, concreto fck e abatimento conforme traço, cobrimentos, cura úmida, inspeção antes de concretar.
  • Estacas: conferência de diâmetro/comprimento, consumo de concreto/calda, registro de torque/pressão (hélice/raiz), ensaio de integridade, alinhamento e prumo dos blocos.
  • Geral: mapa de cargas x pontos de apoio, cintas de amarração, drenos, impermeabilização do embasamento.

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