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Rachadura na Parede é Perigoso Quando se Preocupar, Como Avaliar e o que Fazer

Pode ser perigoso quando:

– A abertura está crescendo com o tempo (dias/semanas).

  • Há “degrau” entre as bordas (deslocamento fora do plano).
  • Atinge/atravessa elementos estruturais (viga, pilar, laje).
  • Há portas/janelas travando, pisos fissurando, ou paredes inclinando.
  • Há ruídos de estalo, poeira caindo, ferragem exposta, desplacamentos.
  • Ocorreu após eventos (obra vizinha, escavação, vibração, sobrecarga, infiltração intensa).
  • Nessas situações: isole a área, reduza sobrecargas, evite água no local, e acione um engenheiro para vistoria. Se necessário, faça escoramento preventivo.

Como ler a “assinatura” da rachadura

  • Fina, linear, estável (≤ 0,2 mm), em “mapa” no revestimento: retração de reboco/argamassa, baixa periculosidade; geralmente estética.
  • Vertical/horizontal contínua em alvenaria: acomodação/retração; observe se há evolução. Se atravessar pavimentos, atenção.
  • Em 45° nos cantos de portas/janelas: típico de recalque diferencial de fundação ou deformações do vão.
  • Junto a pilares/vigas (linha de contato): fissura de interface por diferença de deformação/aderência.
  • Paralelas à armadura ou transversais ao vão em vigas/lajes: serviço/armadura, possível problema em concreto; exige avaliação.
  • Com degrau (uma face “saltada”): deslocamento relativo — atenção elevada.
  • Com umidade, eflorescência, mofo: infiltração ativa; primeiro trate a água, depois a fissura.
  • Em “mapa de crocodilo” no piso lajeado: retração/temperatura; ver necessidade de junta.

Critérios práticos de severidade (não normativos)

  • Até 0,2 mm: geralmente estética/revestimento. Monitore e trate quando estável.
  • 0,2 a 0,5 mm: atenção; investigar causa, monitorar por 30–60 dias; reparar conforme diagnóstico.
  • 0,5 a 2,0 mm: provável causa mecânica bem definida (recalque, movimentação, retração acentuada); precisa diagnóstico e reparo técnico.
  • 2,0 mm ou com degrau/abertura variável: alta prioridade; chame engenheiro.
  • Importa mais a tendência do que o valor único: se está crescendo, aumenta a preocupação.

Passo a passo de diagnóstico rápido em obra

  1. Limpe e revele a fissura: raspe tinta/selador para ver o traço real.
  2. Meça a abertura: use régua de fissuras ou um paquímetro. Registre em mm.

3. Marque e monitore:

– Faça “selos” de gesso/argamassa (ponto de 3×3 cm com data). Se romper, houve movimentação.

  • Melhor: régua monitor de fissura (tell-tale) com fotos quinzenais.
  • Fotografe com escala: plano geral e close (com trena/moeda).
  • Verifique prumo e nível: esquadros desalinhados, portas travando, pisos abrindo.
  • Avalie umidade: manchas, eflorescência, variação com chuva (pode indicar patologia de impermeabilização).
  • Contexto: reformas recentes, nova carga (mobiliário pesado, caixas d’água), obra vizinha, vibração, vazamentos.

Causas típicas e como agir

  • Retração de revestimento/argamassa: geralmente estética. Trate com abertura em V, ponte de aderência, argamassa/masseamento compatível e tela de fibra de vidro em áreas críticas; repinte.
  • Movimentação térmica/higroscópica: prever/regularizar juntas; usar selante elástico (PU, MS) nas juntas; não “engessar” tudo com argamassa rígida.
  • Recalque de fundação: fissuras diagonais em alvenaria; investigar solo/drenagem; soluções vão de drenagem/regularização de águas a reforço (estaca raiz/micropilas/baixo rebaixo). Reparos só depois de estabilizar.
  • Sobrecarga/deformação de laje/viga: fissuras de flexão/cisalhamento; reduzir cargas, avaliar estruturalmente, reforçar (FRP, chapas/encamisamento) se necessário; injeção epóxi em fissuras estruturais.
  • Corrosão de armadura: manchas de ferrugem, desplacamento; tratar origem de umidade/carbonatação, expor e passivar aço, recompor cobrimento com argamassa polimérica.
  • Umidade/infiltração: resolver causa (impermeabilização, ralos, juntas, fachadas), secar, só depois refazer acabamentos. Se não tratar a água, a fissura volta.

Quando considerar perigoso e isolar o local

  • Abertura com degrau e evolução perceptível.
  • Rachaduras atravessando paredes e cruzando elementos estruturais.
  • Após escavações/obras próximas, aberturas acima de 2–3 mm surgidas “de repente”.
  • Sons de estalo, poeira caindo, partes ocas/desplacando.
  • Em estruturas antigas/degradadas, com armaduras aparentes e concreto pulverulento.

Reparar sem “mascarar”: princípios

  • Trate a causa antes do acabamento.
  • Compatibilidade: material do reparo deve compatibilizar rigidez e deformabilidade (argamassa polimérica, telas, selantes elásticos em juntas).
  • Para fissuras ativas: usar soluções flexíveis (selantes/juntas, telas), não apenas massa rígida.
  • Para fissuras estruturais em concreto: sistematizar com injeção epóxi (quando for de natureza frágil e sem movimento), ou reforço estrutural se houver necessidade de capacidade.
  • Teste e monitore após o reparo (30–90 dias).

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