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Diferença entre tipos de concreto um guia prático

O concreto é um dos materiais mais importantes da construção civil. Versátil, resistente e durável, ele está presente em praticamente todas as obras, desde pequenas reformas até grandes empreendimentos de infraestrutura. Mas, apesar de ser tão comum, o concreto não é um material único: existem diferentes tipos, cada um com propriedades específicas e aplicações recomendadas.

Conhecer essas variações é essencial para engenheiros, arquitetos e até proprietários que desejam compreender melhor as soluções aplicadas em suas obras. Este guia prático vai apresentar os principais tipos de concreto, suas características e em quais situações cada um deve ser utilizado.

O que é o concreto?

De forma simples, o concreto é o resultado da mistura de cimento, água, agregados miúdos (areia) e agregados graúdos (brita ou cascalho). Em alguns casos, aditivos químicos também são incorporados para modificar suas propriedades, como resistência, trabalhabilidade ou tempo de cura.

O que diferencia um tipo de concreto de outro é justamente a proporção dos materiais utilizados e a presença ou não de adições específicas, que garantem comportamentos diferentes para cada necessidade construtiva.

Tipos de concreto mais utilizados

1. Concreto convencional

É o mais comum, utilizado em pequenas e médias obras. Geralmente produzido no próprio canteiro, combina cimento, areia, brita e água em proporções padronizadas. É aplicado em fundações simples, calçadas, pisos e pequenas estruturas.

  • Vantagem: baixo custo e facilidade de preparo.
  • Limitação: menor controle de qualidade, já que depende da execução manual.

2. Concreto usinado

Produzido em centrais dosadoras e transportado em caminhões-betoneira, o concreto usinado garante maior qualidade e uniformidade, pois é dosado com precisão. É indicado para obras médias e grandes, onde há necessidade de maior confiabilidade.

  • Vantagem: qualidade controlada e rapidez na execução.
  • Limitação: custo mais alto e necessidade de logística adequada.

3. Concreto bombeável

Um dos mais práticos, esse tipo é projetado para ser transportado até o ponto de aplicação por meio de bombas. É ideal para obras em altura ou em locais de difícil acesso.

  • Vantagem: facilita a concretagem em áreas complexas.
  • Limitação: requer equipamentos específicos.

4. Concreto armado

É o concreto que recebe armações de aço em seu interior. Essa combinação permite que ele resista tanto a esforços de compressão (do concreto) quanto de tração (do aço). É utilizado em pilares, vigas, lajes e praticamente todas as estruturas de edifícios.

  • Vantagem: altíssima resistência estrutural.
  • Limitação: exige cálculo técnico preciso.

5. Concreto protendido

Semelhante ao armado, mas com a diferença de que os cabos de aço são tensionados antes ou depois da concretagem, aumentando a capacidade de suportar grandes cargas e vencer vãos maiores. É comum em pontes, viadutos e lajes protendidas.

  • Vantagem: reduz o uso de pilares intermediários.
  • Limitação: execução mais complexa e custo elevado.

6. Concreto leve

Produzido com agregados mais leves, como argila expandida ou vermiculita, apresenta densidade reduzida. É usado em estruturas onde o peso precisa ser minimizado, como painéis pré-fabricados e lajes nervuradas.

  • Vantagem: menor peso próprio.
  • Limitação: resistência menor em comparação ao concreto convencional.

7. Concreto pesado

Ao contrário do leve, esse concreto utiliza agregados de maior densidade, como barita ou hematita. É aplicado em obras especiais, como blindagens contra radiação em usinas nucleares ou hospitais.

  • Vantagem: excelente proteção contra radiação.
  • Limitação: custo elevado e aplicação restrita.

8. Concreto autoadensável

Esse tipo de concreto possui alta fluidez e pode se acomodar nas fôrmas sem a necessidade de vibração mecânica. É muito usado em estruturas com formas complexas ou com grande densidade de armaduras.

  • Vantagem: acabamento superior e rapidez de execução.
  • Limitação: custo maior devido ao uso de aditivos.

9. Concreto drenante

Caracteriza-se pela alta porosidade, permitindo a passagem da água através de sua estrutura. É uma solução sustentável para pisos externos, estacionamentos e áreas sujeitas a acúmulo de água.

  • Vantagem: contribui para a drenagem urbana e reduz enchentes.
  • Limitação: não é indicado para estruturas que precisam de alta resistência mecânica.

10. Concreto projetado (ou shotcrete)

Aplicado por projeção mecânica com mangueiras, é comum em túneis, encostas e contenções. Sua aplicação rápida garante aderência em superfícies inclinadas ou verticais.

  • Vantagem: eficiência em áreas de difícil acesso.
  • Limitação: necessidade de mão de obra especializada.

Como escolher o tipo de concreto ideal

A escolha depende diretamente de fatores como:

  • Tipo de obra: residencial, comercial, industrial ou de infraestrutura.
  • Exigências estruturais: cargas, vãos e esforços previstos em projeto.
  • Local de aplicação: áreas de fácil ou difícil acesso.
  • Orçamento disponível: custos de produção, transporte e aplicação.
  • Condições ambientais: necessidade de resistência à água, agentes químicos ou variações de temperatura.

O ideal é sempre contar com orientação de um engenheiro civil, que analisará o projeto e especificará o tipo de concreto mais adequado, equilibrando desempenho, custo e durabilidade.

Por que entender as diferenças faz diferença?

Muitas vezes, o concreto é visto apenas como uma mistura cinzenta que “dá forma” às obras. No entanto, escolher o tipo errado pode comprometer a segurança, aumentar custos com manutenção e até reduzir a vida útil da construção. Já quando se faz a escolha correta, o concreto se torna um aliado poderoso, capaz de garantir economia, desempenho e sustentabilidade para qualquer empreendimento.

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