Na hora de construir um muro, muitas pessoas ficam em dúvida sobre qual material utilizar: bloco de concreto ou tijolo cerâmico. Essa escolha não é apenas estética, mas envolve diretamente o custo da obra, o tempo de execução, a durabilidade e até a manutenção futura. Entender as diferenças entre essas duas opções é essencial para avaliar qual realmente sai mais barato, considerando não só o preço do material, mas também a mão de obra e o desempenho da construção ao longo do tempo.
Diferenças entre blocos e tijolos
O bloco de concreto é maior e possui dimensões padronizadas, geralmente 39 cm de comprimento, 14 cm de largura e 19 cm de altura. Essa característica faz com que a execução do muro seja mais rápida, já que cada bloco equivale a vários tijolos. Além disso, o bloco é mais resistente, o que proporciona maior estabilidade estrutural.
Já o tijolo cerâmico, tradicional na construção brasileira, possui dimensões menores e pode ser maciço ou furado. O tijolo é mais leve que o bloco de concreto e, por ter tamanho reduzido, exige maior quantidade de peças e mais argamassa para assentamento. Apesar disso, é bastante utilizado por ser facilmente encontrado e por apresentar boa durabilidade em muros de vedação.
Comparação de custos de material
Quando se analisa apenas o preço unitário, o tijolo costuma ser mais barato que o bloco de concreto. No entanto, como são necessárias muito mais peças de tijolo para erguer um metro quadrado de muro, o custo final pode não ser tão vantajoso.
Um muro de blocos exige em média 12,5 unidades por metro quadrado, enquanto um muro de tijolos pode precisar de mais de 25 unidades por metro quadrado, dependendo do tipo de tijolo utilizado. Isso significa que, mesmo com preço menor por unidade, a quantidade dobrada faz o valor se aproximar do bloco ou até superar em alguns casos.
Consumo de argamassa
Outro ponto que influencia no custo é o consumo de argamassa. Como o tijolo é menor, exige mais juntas de assentamento e, consequentemente, maior volume de argamassa. O bloco, por ter dimensões maiores e encaixes mais regulares, utiliza menos massa por metro quadrado, reduzindo o gasto com cimento e areia. Esse detalhe faz diferença principalmente em muros longos, onde a economia com argamassa pode ser significativa.
Velocidade de execução
O tempo de execução da obra também impacta diretamente no custo final. Com blocos de concreto, o pedreiro consegue levantar o muro muito mais rápido, pois cada bloco equivale a vários tijolos. Isso diminui o custo da mão de obra, já que o tempo gasto é menor.
No caso dos tijolos, a construção é mais demorada, exigindo maior dedicação do pedreiro e, consequentemente, mais dias de trabalho. Assim, mesmo que o material seja mais barato, a diferença no custo da mão de obra pode tornar o muro de tijolos mais caro no total.
Resistência e durabilidade
A durabilidade é outro aspecto a ser considerado. O bloco de concreto é naturalmente mais resistente a impactos e possui melhor desempenho estrutural, podendo inclusive ser utilizado em muros de arrimo de pequenas proporções ou paredes de vedação estrutural.
Já o tijolo cerâmico, apesar de resistente, pode ser mais vulnerável a infiltrações e desgastes se não for bem protegido com reboco e pintura. Isso pode implicar em maiores gastos futuros com manutenção, o que deve ser considerado ao comparar os custos a longo prazo.
Estética e acabamento
Em termos de acabamento, ambos os materiais precisam de reboco e pintura para proteger e dar acabamento final. Porém, os blocos possuem juntas mais regulares e podem ser assentados de forma alinhada, facilitando o reboco. O tijolo, por ser menor, pode gerar mais irregularidades, exigindo maior espessura de massa de acabamento.
Há casos em que o bloco aparente, com acabamento direto no concreto, pode dispensar o reboco, resultando em economia significativa. No caso do tijolo cerâmico, raramente é utilizado de forma aparente em muros externos devido à baixa resistência à ação da chuva.
Sustentabilidade
Outro fator que pode entrar na conta é a sustentabilidade. A fabricação dos tijolos cerâmicos exige queima em fornos, o que gera maior impacto ambiental em termos de emissão de gases poluentes. Já os blocos de concreto, por utilizarem agregados e cimento, também têm impacto, mas em alguns casos podem ser produzidos com materiais reciclados, como resíduos de construção.
Analisando o custo-benefício
Ao comparar os dois materiais, não basta apenas olhar o preço da unidade. É necessário considerar:
- Quantidade de peças por metro quadrado;
- Consumo de argamassa;
- Tempo de execução e custo de mão de obra;
- Durabilidade e manutenção futura;
- Possibilidade de dispensa de reboco em blocos aparentes.
Em obras maiores, essas diferenças se tornam ainda mais significativas. Enquanto o tijolo pode parecer mais barato na compra, o bloco de concreto muitas vezes se mostra mais econômico no resultado final, justamente por exigir menos tempo de execução e menos insumos complementares.