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Etapas do projeto estrutural guia simples para quem vai construir

1. Planejamento e Análise Preliminar.

  • Levantamento topográfico: mapeia medidas do lote, níveis, desníveis e limitações. Esses dados orientam cotas de implantação, alturas de muros de arrimo e drenagens, além de influenciar volumes de escavação e o tipo de fundação.
  • Condições do solo (investigação geotécnica): sondagens e ensaios identificam profundidade de camadas, presença de água, resistência do terreno e possíveis expansões ou colapsos. Sem esse estudo, o risco de escolher uma fundação inadequada aumenta.
  • Normas, legislações e entorno: recuos, taxa de ocupação, gabarito de altura e interferências vizinhas (muros, edificações, redes) impactam a solução estrutural e a logística de obra.
  • Programa de necessidades e arquitetura: o uso (residencial, comercial, industrial) define vãos, cargas e áreas úteis. Conversar cedo com arquitetura melhora a compatibilização e evita retrabalho.
  • Premissas de desempenho: durabilidade desejada, exposição ambiental (maresia, umidade, agentes agressivos), facilidade de manutenção e metas de custo também entram aqui.

2. Desenvolvimento do Projeto

Com o “raio X” do terreno e do uso, o engenheiro define o conceito estrutural: como a edificação se apoia no solo e como as cargas são distribuídas até as fundações.

Projeto de fundações

A escolha do tipo de fundação depende diretamente do solo e das cargas:

– Diretas (sapatas, radier): usadas quando o solo superficial tem boa capacidade de suporte. Costumam ser mais econômicas e rápidas.

  • Profundas (estacas, tubulões): aplicadas quando é preciso transferir as cargas para camadas mais resistentes em maiores profundidades.
  • Critérios de escolha: capacidade do solo, nível do lençol freático, vizinhança (para evitar vibrações), prazo e custo.

Estruturas de suporte

São os elementos que “carregam” a edificação:

– Pilares e paredes estruturais: levam as cargas verticais até as fundações.

  • Vigas e pórticos: distribuem esforços e vencem vãos.
  • Sistemas mistos: concreto armado, concreto protendido, aço, alvenaria estrutural ou madeira engenheirada, escolhidos conforme vão, peso, velocidade de obra e orçamento.

Superestrutura (lajes e elementos de piso)

  • Lajes maciças, nervuradas, steel deck, pré-moldadas ou protendidas: cada solução equilibra espessura, peso, custo, acústica e prazos.
  • Diretrizes importantes: otimizar vãos, reduzir etapas repetitivas e facilitar instalações (elétrica, hidráulica, ar-condicionado).

Compatibilização

O desenvolvimento do projeto inclui alinhamento constante com arquitetura e projetos complementares (elétrico, hidráulico, ar-condicionado, combate a incêndio). Ajustes nesta fase economizam tempo e dinheiro na obra, evitando interferências e retrabalhos.

3. Cálculos Estruturais

Aqui o engenheiro “prova” que a estrutura é segura, estável e econômica. Mesmo usando softwares avançados, o raciocínio técnico e as verificações normativas são fundamentais.

  • Carregamentos considerados: peso próprio dos materiais, revestimentos, paredes, mobiliário, ocupação (pessoas), vento, variações de temperatura e, quando aplicável, eventos como sismos. Essas cargas são definidas por normas técnicas e pelo uso da edificação.
  • Modelagem e análise: cria-se um modelo do edifício para simular como ele se comporta. O engenheiro avalia deslocamentos, esforços, vibrações e estabilidade global, ajustando dimensões e armaduras até encontrar um equilíbrio entre segurança e custo.

– Verificações de segurança e estado de serviço:

– Segurança: resistência à ruptura dos elementos (vigas, pilares, lajes, ligações) e da fundação.

  • Serviço: controle de fissuras, deformações e vibrações dentro de limites que garantam conforto e durabilidade.
  • Otimização: o objetivo é chegar a uma solução confiável, porém racional, evitando desperdícios de material e etapas complexas desnecessárias. Uma boa otimização costuma reduzir volume de concreto e aço, prazos e riscos na construção.

4. Elaboração do Projeto Executivo

O projeto executivo é o “manual de montagem” da estrutura. Quanto mais claro e completo, maior a chance de a obra sair como planejado.

  • Desenhos de execução: plantas, cortes e detalhes construtivos que mostram posições, dimensões e ligações de fundações, pilares, vigas e lajes.
  • Detalhamento de armaduras/ligação: bitolas, comprimentos de ancoragem e emendas, espaçamentos, posições de estribos, chapas e parafusos (no caso do aço), dispositivos de protensão quando houver.
  • Especificações técnicas: classes de concreto, cobrimentos, tipos de aço, proteções anticorrosivas, critérios de cura, tolerâncias e diretrizes de controle de qualidade.
  • Memoriais: memorial descritivo e memorial de cálculo explicam premissas, cargas, modelos e verificações. São úteis para conferências, aprovações e manutenção futura.
  • Lista de materiais (quantitativos): apoia orçamentos e compras, reduzindo desperdícios.
  • Compatibilização final: checagem com demais disciplinas para eliminar conflitos antes do início da construção.
  • Entrega digital organizada: arquivos nomeados, revisões controladas e, quando possível, modelo 3D (BIM) para facilitar leitura e medição em campo.

5. Acompanhamento da Obra

Mesmo com um projeto executivo completo, o acompanhamento técnico durante a construção é essencial para garantir que tudo seja executado conforme o previsto.

  • Assistência técnica ao longo da obra: respostas a dúvidas (RFIs), ajustes pontuais quando há mudanças de campo e validação de soluções alternativas.

– Vistorias em marcos-chave:

– Locação e escavação das fundações

  • Montagem de formas e armações
  • Concretagens e protensão (quando houver)
  • Montagem metálica/ligação de peças
  • Ensaios e controles: slump test, corpos de prova, inspeções de solda e verificação de cobrimentos aumentam a confiabilidade.
  • As built (como construído): ao final, registrar alterações e medidas reais facilita reformas futuras e manutenção.

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