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Cálculo Estrutural preço, valor e por que ele define o sucesso da sua

O que é cálculo estrutural e qual é o seu valor

O cálculo estrutural é o processo técnico que dimensiona elementos como lajes, vigas, pilares, fundações e ligações para que a estrutura resista às ações (cargas) com segurança e desempenho ao longo da vida útil.

O valor agregado por um bom projeto estrutural inclui:

– Segurança e conformidade normativa (reduzindo risco técnico e jurídico)

  • Otimização de materiais (menos concreto, aço, formas e desperdícios)
  • Construtibilidade (soluções que facilitam a execução e reduzem prazo)
  • Compatibilização com arquitetura e instalações (evita interferências)
  • Previsibilidade de custo (quantitativos e detalhamento confiáveis)
  • Sustentabilidade (menor pegada de carbono por m² ao otimizar insumos)

O que entra no preço do cálculo estrutural

Embora cada escritório tenha sua metodologia, os componentes mais comuns de custo são:

1. Horas técnicas de engenharia (modelagem, análise, dimensionamento, detalhamento)

  • Coordenação e compatibilização (reuniões, interface com arquitetura/instalações)
  • Visitas técnicas/inspeções (quando aplicável)
  • Softwares e infraestrutura (licenças, servidores, BIM)
  • Documentos e entregáveis (pranchas, memoriais, quantitativos, modelos)
  • ART/CREA e seguros (quando aplicável)
  • Tributos e encargos
  • Margem, risco e complexidade

Fatores que elevam ou reduzem o preço:

– Tipo de estrutura: concreto armado, protendido, aço, madeira, alvenaria estrutural, pré-fabricados

  • Complexidade geométrica e arquitetônica
  • Vãos, cargas especiais, equipamentos pesados, subsolos, contenções
  • Ações ambientais: vento relevante, sismo (zonas conforme NBR 15421), temperatura
  • Condições de solo (qualidade da sondagem, lençol freático, empuxos)
  • Prazos (entregas aceleradas tendem a encarecer)
  • Nível de detalhamento e escopo (BIM/IFC, modelagem 3D de armaduras, as built)
  • Etapas e suporte à obra (RFI, revisão em campo, adequações)

Modelos de precificação mais usados

  • Preço fixo por escopo fechado: ideal quando o programa e as premissas estão estáveis.
  • Por horas técnicas: usado em estudos, reforços, consultorias e diagnósticos.
  • Percentual sobre custo da obra: comum em certos mercados, exige base confiável de custos.
  • Por metro quadrado ou por unidade: útil em padrões repetitivos (galpões, casas seriadas).
  • Híbrido: preço base + variável por complexidade, prazos ou revisões.

Como um bom projeto se paga: exemplos práticos

  1. Otimização de laje
  • Cenário: laje maciça de 100 m².
  • Redução de espessura: de 12 cm para 10 cm (mantendo critérios de flecha e vibração).
  • Economia de concreto: 100 m² x 0,02 m = 2 m³.
  • Custo do concreto: supondo R$ 600 a R$ 900/m³ → economia entre R$ 1.200 e R$ 2.700.
  • Se a otimização também reduz aço em 8 kg/m²: 100 m² x 8 kg/m² = 800 kg.
  • Custo do aço: supondo R$ 6.000 a R$ 8.500/t → economia entre R$ 4.800 e R$ 6.800.
  • Total potencial: R$ 6.000 a R$ 9.500 apenas nesta laje.
  • Compatibilização que evita retrabalho
  • Evitar 3 interferências viga x dutos x shafts que gerariam cortes/escoramentos extras.
  • Economia típica de obra: materiais, mão de obra e prazo – facilmente supera milhares de reais.
  • Fundação adequada ao solo
  • Trocar estacas superdimensionadas por solução otimizada (após sondagem bem interpretada).
  • Redução de comprimento/unidades pode gerar economias de dois dígitos percentuais no bloco de fundação.

Escopo e entregáveis que você deve exigir

  • Memorial descritivo e de cálculo com premissas, combinações de ações (NBR 8681), critérios de serviço (flechas, fissuração, vibração), modelos e verificações.
  • Pranchas executivas detalhadas (lajes, vigas, pilares, fundações, ligações, armações).
  • Quantitativos consolidados (aço, concreto, fôrmas, elementos metálicos, conectores).
  • Modelos digitais: IFC/BIM 3D quando contratado, para coordenação com arquitetura/MEP.
  • Check de conformidade normativa (lista de normas aplicadas).
  • ART no CREA.
  • Suporte em obra (esclarecimentos, RFI, adequações) conforme contratado.
  • Entrega “as built” ao final (opcional/contratual).

Etapas do processo de cálculo e projeto

  1. Briefing e dados de entrada
    1. Arquitetura consolidada, sondagem SPT, cargas especiais, restrições urbanísticas.
  2. Pré-dimensionamento e escolha de sistemas
    1. Concreto armado/protendido, metálica, mista ou mista com pré-moldados.
  3. Modelagem e análise
    1. Modelos globais (pórtico/EF), critérios de ligação, rigidez, efeitos de 2ª ordem (NBR 6118).
  4. Dimensionamento e detalhamento
    1. Lajes, vigas, pilares, núcleos, ligações, fundações, contenções.
  5. Compatibilização multidisciplinar
    1. Revisões com arquitetura e MEP; eliminação de conflitos.
  6. Emissão dos documentos
    1. Memoriais, pranchas, quantitativos, ART.
  7. Suporte à execução
    1. Visitas técnicas, respostas a RFI, ajustes.
  8. Encerramento e as built
    1. Conformidade e registro final.

Indicadores técnicos para avaliar qualidade

  • Consumo de concreto (m³/m²) por tipologia
  • Taxa de armadura (kg/m³ de concreto ou kg/m² de laje), por sistema e vão
  • Índice de interferências resolvidas em compatibilização
  • Atendimentos de flecha (limites de serviço) e fissuração
  • Clareza do detalhamento (reduz dúvidas e pedidos de informação em obra)
  • Rastreabilidade: memorial e modelos com premissas documentadas

Cálculo estrutural em engenharia diagnóstica e reforços

Além do projeto novo, o cálculo é crucial para:

– Avaliação de desempenho e segurança de estruturas existentes

  • Perícias e laudos estruturais (patologias, sobrecargas, alterações)
  • Reforços e recuperação (encamisamento, fibra de carbono, chapas metálicas, protensão externa)
  • Mudanças de uso (ampliação de carga, marquises, máquinas)
  • Regularizações e atendimento a normas vigentes

Como comparar propostas: preço x valor

Ao receber orçamentos, olhe além do número final:

– Escopo equivalente? Entregáveis, visitas, compatibilização, suporte à obra.

  • Normas e critérios explicitados? Premissas claras evitam disputas depois.
  • Experiência no tipo de estrutura? Portfólio e referências ajudam.
  • Capacidade de prazo e equipe? Especialmente em cronogramas apertados.
  • Transparência nos quantitativos e memorial? Dá previsibilidade à obra.

Perguntas frequentes (FAQ)

  • Qual a diferença entre cálculo e projeto estrutural?
  • O cálculo estabelece a segurança e dimensiona; o projeto traduz isso em desenhos, detalhes e quantitativos construtivos. Na prática, são partes do mesmo pacote.
  • É obrigatório ter sondagem do solo?
  • Para fundações, sim, a sondagem SPT é a base do dimensionamento (NBR 6122). Projetar sem sondagem aumenta riscos e custos.
  • Quanto tempo leva?
  • Depende do porte: pequenas residências podem levar semanas; edifícios médios, algumas semanas a poucos meses; indústrias e pontes, mais tempo.
  • Preciso de ART?
  • Sim. A ART é obrigatória para formalizar a responsabilidade técnica no CREA.
  • Quando devo contratar?
  • Quanto antes melhor. Envolver a engenharia estrutural ainda no anteprojeto traz os maiores ganhos de custo e prazo.

Estrutura de proposta

  • Objetivo: cálculo e projeto estrutural de [tipologia, área, pavimentos]

– Escopo:

– Memorial de cálculo e descritivo

  • Pranchas executivas (lajes, vigas, pilares, fundações, ligações)
  • Quantitativos de materiais
  • Compatibilização com arquitetura e MEP
  • 1 a 2 visitas técnicas e suporte RFI
  • Emissão de ART
  • Opcional: modelo BIM/IFC, as built

– Premissas:

– Normas ABNT aplicáveis

  • Cargas permanentes e variáveis (NBR 6120)
  • Ação do vento (NBR 6123); sismo (NBR 15421) se aplicável

– Prazos:

– Marcos de entrega por disciplina/nível de detalhamento

– Investimento:

– Valor global e condições de pagamento

– Exclusões:

– Ensaios, sondagens, projetos de contenção especiais, mudanças de escopo

– Validade da proposta:

– [Dias] e condições gerais

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