A infiltração é um dos problemas mais comuns nas construções, mas muitas vezes é subestimada. Inicialmente, ela pode parecer apenas uma questão estética, marcada por manchas escuras, mofo e bolhas na pintura. No entanto, em determinadas situações, a infiltração vai muito além do incômodo visual, tornando-se um risco para a saúde dos moradores e até para a segurança estrutural do imóvel. Saber identificar em que momento ela se torna perigosa é fundamental para agir a tempo e evitar consequências mais graves.
Quando compromete a estrutura do imóvel
Um dos momentos mais críticos é quando a infiltração atinge elementos estruturais, como vigas, lajes e pilares. A água em contato constante com o concreto favorece a corrosão das armaduras de aço, que perdem resistência e deixam a estrutura vulnerável.
Esse processo, chamado de corrosão das armaduras, é silencioso e pode evoluir por anos sem ser percebido. Quando os sinais se tornam visíveis — ferragens expostas, concreto esfarelando ou estalos na estrutura — o risco já é elevado.
Quando ameaça a saúde dos moradores
A infiltração também se torna perigosa quando favorece o surgimento de mofo, fungos e bactérias. Esses microrganismos liberam esporos no ar, que podem desencadear alergias, crises respiratórias, irritações na pele e até agravar quadros de asma.
Ambientes úmidos e mal ventilados são os mais propensos a esses problemas, tornando o convívio diário insalubre, especialmente para crianças, idosos e pessoas com sistema imunológico fragilizado.
Quando afeta sistemas elétricos
Outro ponto de alerta é quando a infiltração alcança conduítes e instalações elétricas. A umidade em contato com fios e conexões pode causar curtos-circuitos, choques elétricos e até incêndios.
Nesses casos, a infiltração deixa de ser apenas um problema de manutenção e passa a ser um risco imediato para a segurança dos moradores, exigindo intervenção urgente.
Quando gera deformações visíveis
Manchas, bolhas e descascamentos são sinais iniciais. Porém, quando a infiltração evolui para estufamento do piso, abaulamento do teto ou deslocamento de revestimentos, significa que a estrutura já está sob forte pressão da umidade.
Essas deformações indicam que a água está se acumulando em pontos críticos e que existe risco real de desplacamento de reboco, queda de revestimentos ou até colapso parcial do teto.
Quando está ligada à umidade ascendente
A umidade ascendente, comum em imóveis térreos sem impermeabilização adequada, pode ser mais perigosa do que aparenta. Além de deteriorar o reboco e causar manchas próximas ao rodapé, ela compromete a base das paredes e pode atingir sistemas elétricos próximos ao chão.
Se não tratada, a infiltração ascendente reduz a durabilidade da construção e gera custos elevados de reparo.
Quando prejudica vizinhos e terceiros
Em edifícios, a infiltração não afeta apenas o apartamento onde ela se manifesta. Muitas vezes, ela se origina em um imóvel e se manifesta no andar inferior, provocando conflitos entre moradores. Quando a infiltração compromete paredes divisórias, pode causar infiltrações cruzadas, afetando mais de uma unidade.
Nesses casos, além de perigosa para a estrutura, a infiltração também pode gerar responsabilidades jurídicas e financeiras para o proprietário que não providenciou os reparos necessários.
Quando é recorrente
Se a infiltração é tratada superficialmente e volta a aparecer em pouco tempo, significa que a causa não foi eliminada. Esse tipo de recorrência aumenta o risco de danos progressivos e evidencia que o problema já está enraizado na estrutura.
Ignorar infiltrações repetitivas é um erro grave, pois cada reaparecimento tende a agravar o quadro e ampliar os prejuízos.
Quando o imóvel apresenta sinais múltiplos
Um ponto importante a ser observado é a combinação de sinais. Uma infiltração que apresenta apenas uma mancha pequena pode não representar perigo imediato. Mas quando os indícios se acumulam — presença de mofo, deformações, reboco esfarelado e ferragens aparentes — é sinal de que a situação já avançou para um estágio crítico.
 
								


