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Quais procedimentos devem ser tomados antes da execução da vistoria de vizinhança?

A vistoria de vizinhança é um procedimento técnico cada vez mais solicitado em obras de pequeno, médio e grande porte. Ela tem como objetivo registrar o estado de conservação dos imóveis localizados no entorno do canteiro de obras, evitando conflitos e atribuições indevidas de responsabilidades. Trata-se de uma prática essencial para construtoras, engenheiros, arquitetos e até mesmo para particulares que desejam construir ou reformar. Mas afinal, quais são os procedimentos que devem ser tomados antes da execução da vistoria de vizinhança?

O que é a vistoria de vizinhança?

A vistoria de vizinhança é uma inspeção realizada por um engenheiro ou arquiteto habilitado, que tem como finalidade verificar e registrar as condições físicas dos imóveis vizinhos a uma obra. Esse levantamento serve para identificar previamente trincas, fissuras, infiltrações, desníveis e outras patologias já existentes antes do início da construção.

O resultado é documentado em um laudo técnico ou relatório fotográfico, que pode ser utilizado futuramente como prova em caso de questionamentos ou reclamações dos proprietários vizinhos.

Por que a vistoria é importante?

Construções e reformas, especialmente as que envolvem escavações, fundações profundas ou movimentação de solo, podem gerar impactos diretos em imóveis próximos. Vibrações, recalques de fundação e movimentação de terra estão entre as principais causas de danos em edificações vizinhas.

Sem a vistoria, o responsável pela obra pode ser injustamente acusado por danos que já existiam. Da mesma forma, os vizinhos podem se sentir inseguros com a obra, gerando conflitos que poderiam ser evitados com um documento técnico claro e imparcial. Portanto, além de proteger legalmente o responsável técnico, a vistoria de vizinhança é uma ferramenta de transparência e prevenção de litígios.

Procedimentos antes da execução da vistoria de vizinhança

Antes que o engenheiro ou arquiteto habilitado realize a vistoria em campo, alguns cuidados e etapas preparatórias são fundamentais para garantir a qualidade do trabalho e a segurança jurídica do processo.

1. Definição do escopo da vistoria

O primeiro passo é definir o perímetro de abrangência da vistoria. Em geral, ela deve incluir todos os imóveis que possam ser impactados diretamente pela obra, como residências e comércios localizados ao lado, nos fundos e até mesmo em frente ao terreno.

2. Levantamento de informações do projeto da obra

É importante que o responsável técnico conheça previamente as características da obra, como o tipo de fundação que será executada, a profundidade de escavações, a movimentação prevista de equipamentos pesados e a proximidade de edificações vizinhas. Essas informações ajudam a determinar a extensão da vistoria e a atenção a pontos mais críticos.

3. Comunicação formal aos vizinhos

Antes de iniciar a vistoria, é fundamental comunicar os vizinhos sobre o procedimento. Essa comunicação pode ser feita por meio de carta registrada, notificação formal ou até mesmo um termo de ciência. O objetivo é deixar claro que a inspeção tem caráter preventivo e visa resguardar tanto os vizinhos quanto o responsável pela obra.

4. Agendamento e autorização de acesso

Em muitos casos, será necessário entrar nos imóveis vizinhos para registrar as condições internas. Para isso, é indispensável obter a autorização formal do proprietário ou responsável pelo imóvel. O ideal é agendar previamente a vistoria, garantindo que o processo ocorra de forma organizada e transparente.

5. Preparação da documentação técnica

Antes da vistoria, o engenheiro ou arquiteto deve preparar modelos de fichas de inspeção, câmeras fotográficas ou equipamentos de registro, além de organizar os documentos que formalizarão o processo. A emissão de uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) junto ao CREA ou RRT junto ao CAU também é fundamental, pois garante validade legal ao trabalho.

6. Registro fotográfico e documental prévio

Mesmo antes da visita aos imóveis vizinhos, é recomendável que o responsável faça registros do entorno da obra, ruas, calçadas e áreas externas. Isso amplia a base de dados do laudo e oferece maior respaldo em caso de questionamentos futuros.

O que acontece depois da vistoria?

Após a execução da vistoria de vizinhança, o profissional elabora um laudo técnico detalhado, que deve conter: descrição dos imóveis vistoriados, registros fotográficos, identificação de eventuais patologias já existentes e a assinatura do responsável habilitado com a respectiva ART ou RRT.

Esse documento deve ser entregue ao contratante da obra e, em alguns casos, compartilhado com os vizinhos, reforçando a transparência do processo. Durante a execução da obra, caso surjam reclamações, o laudo serve como referência para verificar se os danos alegados realmente foram causados pela construção ou se já existiam anteriormente.

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